Assim que o
Brasil se tornou independente enfrentou muitas dissensões, lutas e disputas.
Principalmente durante o Primeiro Reinado que foi o período de 1822 a 1831. As
guerras só pararam por volta de 1860 quando o Brasil era governado por D. Pedro
II.
Mas
por que havia tantas disputas e revoltas? Em primeiro lugar é preciso ter em
mente nem todos as partes do Brasil-Colônia desejavam a independência dirigida
por um príncipe português e nem que o novo país fosse governado por um rei.
Algumas regiões como o Grão-Pará, que hoje corresponde aos estados do Amazonas,
Pará, Amapá e Roraima se sentiam mais ligados a Portugal, inclusive por uma
questão geográfica, pois era mais fácil chegar a Lisboa por navio, do que ao
Rio de Janeiro (via terrestre ou naval), onde localizava-se o governo central. Parte do Maranhão e do que
hoje é o Uruguai, e que naquela ocasião pertencia ao Brasil também resistiu. Na
Bahia, muitos portugueses se negavam a reconhecer a nova nação. No nordeste
várias províncias se juntaram e declararam um país à parte, republicano. Essa
situação não durou muito tempo, pois o governo imperial enviou tropas para
reprimir os revoltosos. Nessas disputas muitas pessoas foram mortas,
enforcadas, exiladas e presas. Tudo isso mostra que o Brasil, desde sua origem
era cheio de diferenças, contrastes e
diversidade de propostas e projetos.
Para criar uma
ordem e manter a unidade o governo imperial teve que utilizar a força. Criou um
governo extremamente centralizado, não permitiu a discussão das diferenças e
dos interesses divergentes. Devido a esse autoritarismo d. Pedro I perdeu o
apoio que antes tinha e teve que abdicar, renunciar em seu filho, D. Pedro II,
em 7 de abril de 1831.
Essa parte da nossa
história de nossa pátria me faz lembrar as palavras de Jesus: “pode um reino
dividido subsistir?” Sem união não vamos a lugar nenhum, mas pode haver unidade
na diversidade ou seja nas diferenças? Sim, e este é o grande desafio que como
cristãos temos que enfrentar e lidar diariamente: criar a unidade dentro da
diversidade do meu trabalho, da minha sala de aula, do meu relacionamento e da
minha casa...Cristo sabia construir essa unidade sem utilizar a força, a
repressão e o autoritarismo. A única força que ele utilizava era a do amor, pois
Ele estava unido ao Pai, que é a fonte inesgotável de amor. Eis aqui o segredo
que eu e você precisamos aprender: estar ligado ao Pai para nos ligarmos uns
aos outros apesar das diferenças. Quando assim fizermos, demonstraremos ao
mundo que o reino a qual pertencemos não está dividido. Estaremos colocando em
prática a oração de Jesus:
“ Eu (Jesus) estou unido com eles, e tu (o Pai) estás unido comigo, para que eles
seja completamente unidos, a fim de que o mundo saiba que me enviaste e que
amas os meus seguidores como também me amas” João 17: 23 (Bíblia Jovem )
Karina Ribeiro
Caldas
Iabc, 7 de
setembro de 2005
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