domingo, 2 de setembro de 2012

UM REINO DIVIDIDO







 

Assim que o Brasil se tornou independente enfrentou muitas dissensões, lutas e disputas. Principalmente durante o Primeiro Reinado que foi o período de 1822 a 1831. As guerras só pararam por volta de 1860 quando o Brasil era governado por D. Pedro II.
            Mas por que havia tantas disputas e revoltas? Em primeiro lugar é preciso ter em mente nem todos as partes do Brasil-Colônia desejavam a independência dirigida por um príncipe português e nem que o novo país fosse governado por um rei. Algumas regiões como o Grão-Pará, que hoje corresponde aos estados do Amazonas, Pará, Amapá e Roraima se sentiam mais ligados a Portugal, inclusive por uma questão geográfica, pois era mais fácil chegar a Lisboa por navio, do que ao Rio de Janeiro (via terrestre ou naval), onde localizava-se o  governo central. Parte do Maranhão e do que hoje é o Uruguai, e que naquela ocasião pertencia ao Brasil também resistiu. Na Bahia, muitos portugueses se negavam a reconhecer a nova nação. No nordeste várias províncias se juntaram e declararam um país à parte, republicano. Essa situação não durou muito tempo, pois o governo imperial enviou tropas para reprimir os revoltosos. Nessas disputas muitas pessoas foram mortas, enforcadas, exiladas e presas. Tudo isso mostra que o Brasil, desde sua origem era cheio de diferenças, contrastes e  diversidade de propostas e projetos.
Para criar uma ordem e manter a unidade o governo imperial teve que utilizar a força. Criou um governo extremamente centralizado, não permitiu a discussão das diferenças e dos interesses divergentes. Devido a esse autoritarismo d. Pedro I perdeu o apoio que antes tinha e teve que abdicar, renunciar em seu filho, D. Pedro II, em 7 de abril de 1831.
Essa parte da nossa história de nossa pátria me faz lembrar as palavras de Jesus: “pode um reino dividido subsistir?” Sem união não vamos a lugar nenhum, mas pode haver unidade na diversidade ou seja nas diferenças? Sim, e este é o grande desafio que como cristãos temos que enfrentar e lidar diariamente: criar a unidade dentro da diversidade do meu trabalho, da minha sala de aula, do meu relacionamento e da minha casa...Cristo sabia construir essa unidade sem utilizar a força, a repressão e o autoritarismo. A única força que ele utilizava era a do amor, pois Ele estava unido ao Pai, que é a fonte inesgotável de amor. Eis aqui o segredo que eu e você precisamos aprender: estar ligado ao Pai para nos ligarmos uns aos outros apesar das diferenças. Quando assim fizermos, demonstraremos ao mundo que o reino a qual pertencemos não está dividido. Estaremos colocando em prática a oração de Jesus:
“ Eu (Jesus) estou unido com eles, e tu  (o Pai) estás unido comigo, para que eles seja completamente unidos, a fim de que o mundo saiba que me enviaste e que amas os meus seguidores como também me amas” João 17: 23 (Bíblia Jovem )

Karina Ribeiro Caldas
Iabc, 7 de setembro de 2005

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