terça-feira, 9 de outubro de 2012

Maria Bonita & Lampião




Que tal nos divertimos um pouco com as história do cangaço? 


Narrador:

Todos sabem como foi
A vida de Lampião
Na história que nos contam
Os mais velhos e o povão,
Malfeitor e cangaceiro
Que atuou no sertão.

Junto com outros do bando
Era uma corja completa,
Tudo isso foi contado
Já nos livro do poeta
Bandidagem e conflitos
Que aconteceram na época.

Muitas foram a versões
E as histórias contadas
As brigas, as invasões,
As lutas, as emboscadas
Sem paixão nem invenção
Pra mim, sobraram piadas.

Contarei umas histórias
Tidas como engraçadas
Encontros e desencontros
Que a mim foram contadas
Do bando de Lampião
Que ocorreu nas estradas.


Lampião:
Há quatro coisas no mundo
Que alegram um cabra macho;
Dinheiro e moça bonita,
Cavalo estradeiro baixo
Clavinote e cartucheira;
Pra quem anda no cangaço


E como cabra  macho que sou
Tenho o que quero na hora  e não erro...
Pedi tá pedido
Mandei tá mandado
Sou meu dono
E não aceito ser questionado.


Mulher comigo é assim
Trato na unha e sem muito festim.
Porque eu sou é macho
Comigo não tem muito populacho.


Maria Bonita:
           
            Lampião cabra safado
            De mim não te escondas
            Porque se te encontro
            Por mim não me respondo


            Onde pensas ir  assim tão aprumado
Não lavastes tua roupa
E agora querer sair aí alinhado
            Tu tens em casa é uma mulher em forma de formosura
            Portanto não vá fazendo por aí tuas feiúras.

Lampião


Oh minha flor de jasmim
Não sabia que tão elegante
Procuravas por mim
Se faltei com minha obrigação
Foi porque ocupado deveras estava
Pensando em ti ó coração
Mas não te apoquentes
Porque achaste aquele a quem nunca tanto amastes.

Maria Bonita:

Oh homi desde quando destes para poeta?
Não se faz assim em tua família
Portanto tome logo  a sua trilha
Pois tu sabes que  sou mulher desteminada
Que verso e prosa não me enrolam
Pegue  então seu assento
E vá se embora sem lamento.

Lampião:

Gracioso sou eu Lampião
Além de ser temido por todo sertão
Sou amado em meu quinhão

Maria Bonita

Homi já lhe disse: não insista
Deixe esses versos de amor
Que rima não me conquista

Lampião:

Maria Bonita minha flor
Não me causes tamanha dor
Porque o tempo é senhor de tudo
A vida é um livro aberto
É fácil cometer erros
O difícil é agir certo
Olhe o lugar onde pisa
Quem sabe, escuta, analisa
Enxerga o que está por perto.


Final:


Maria Bonita

Dois bicudos não se beijam
Dois bocas funda pior
Era também um adágio
De vovô e de vovó.
É a água de neblina
Devagar, compacta e fina
Que deixa arrochado o nó.

E já que não larga a rima
É obrigada a dizer   tua menina
Que razão tens minha pequena tolerância
Não fazes tudo que quero
Mas me amas acima de minha ignorância.
E como já dizia os antigos
É melhor andar sozinho
Do que mal acompanhada.
E já que não sofro deste mal
Reconheço que sou bem amada.



Lampião

Sou Virgulino Lampião
Homem temido em todo o sertão
Não temo a guerra ou a morte
E conto sempre com minha sorte
Em meu compasso assustador
Tenho muito gosto em brigar
Mas também sou bom cantador
Enquanto meu rifle trabalha
Minha voz longe se esvai
Espalhando o terror a todos
Menos para a minha flor
A quem componho com tanta alegria

Já tive outros amores
Mas só ela foi digna do meu coração
Pois é filha do meu sertão
Com ela sonhei gozar a vida
Bem junto da prenda querida
Pois somos uma  só canção.


Música do Cangaço





           


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